domingo, 5 de junho de 2011

A REDE DOCTUM CHEGA AO ESTADO E PROMETE NOVO CENTRO DE ENGENHARIA


Livros, escolas e discussão de ideias sempre estiveram presentes na vida do professor Cláudio Cesar Azevedo de Almeida Leitão. Vindo de uma família de educadores, ele nasceu em Caratinga, Minas Gerais, e já morou em Vitória.
Agora, ele se prepara para investir na Educação do Estado.
Leitão, que já até confeccionou sapatos para vendê-los, na época do Regime Militar, hoje é dono da Rede Doctum, que inclui ensinos fundamental, médio e técnico, e faculdades (graduação, pós e mestrado).
A empresa anunciou a compra de quatro unidades da Fabavi e quatro do Colégio Americano no Estado. Neste ano, o grupo também comprou a Unices e, entre as novidades, vai abrir um Centro Politécnico das Engenharias. Previsto para 2012, a capacidade inicial deve ser de aproximadamente 600 alunos. Serão cinco engenharias, além de cursos técnicos.
O objetivo, segundo ele, é realizar um trabalho integrado em que alunos das engenharias possam lecionar nos cursos técnicos.
A Rede Doctum de ensino tem hoje 20 mil alunos e está presente em 15 cidades, entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Entrevistador— Quando surgiu a Doctum?
CLÁUDIO CESAR AZEVEDO DE ALMEIDA LEITÃO Em 1936, com meu pai, surgiu o colégio Caratinga, em Minas Gerais. Esta escola é o embrião da Rede Doctum de Faculdades, criada em 1998.

> Desde quando o senhor trabalha com educação?
Eu e meus irmãos fomos criados em um lar deeducadores, onde o tema era discutido apaixonadamente. Comecei a dar aulas com 18 anos, em uma escola rural próxima à minha cidade natal, Caratinga, em Minas Gerais .

> Como é a Rede Doctum
Temos 20 mil alunos e estamos instalados em Minas Gerais e no Espírito Santo. Ao todo, são mais de 40 cursos superiores em 15 cidades. A Doctum é composta por uma rede de ensinos fundamental e médio; a Doctum Tec, que é a rede de cursos técnicos; uma rede de faculdades (graduação, pós e mestrado); e a Doctum Corporativo, em que trabalhamos a qualificação dentro das empresas. A instituição tem também seu próprio canal de televisão, o Doctum TV.

> Qual o investimento da Doctum no Estado?
Há duas formas de crescer. Uma é com a aquisição de novas unidades, e a outra é com novos projetos. No Espírito Santo, estamos realizando os dois modos. Compramos a Unices, quatro unidades da Fabavi e quatro do Colégio Americano. E, em 2012, vamos abrir um Centro Politécnico das Engenharias, com capacidade inicial para cerca de 600 alunos. Serão cinco engenharias, além de cursos técnicos.

> Quais as mudanças que o senhor e sua equipe farão?
Algumas reformas e expansões. Por enquanto, só temos definida a expansão da unidade da Fabavi de Vitória. Ela será ampliada, aumentando sua capacidade de 1.500 para 2.500 alunos. Os outros locais estão sendo analisados pelos nossos arquitetos. As mudanças ainda incluem informatização dos sistemas e a contratação de novos professores.
A Unices deve vir para a unidade de Vitória, e com isto, usaremos o espaço para o Centro Politécnico das Engenharias. No segundo semestre deste ano ainda, a Doctum vai trazer três mestrados da PUC do Rio de Janeiro, nas áreas de direito, engenharia e relações internacionais.

> Quanto foi investido no Espírito Santo com a compra da Unices e da Fabavi?
Ao todo, foram R$ 15 milhões.

> E como vão ficar os nomes dessas escolas a partir de agora?
O colégio é centenário, então optamos por manter o nome, ficando Colégio Americano Doctum. Já a Fabavi vai mudar para Faculdades Doctum, mas isto leva algum tempo. É o nosso público que determina o tempo de transição.

> Há interesse na compra de outras instituições no Estado?
Sim, mas não podemos revelar detalhes, por estratégia. Só posso dizer que existem três instituições de ensinos superior e técnico com quem já estamos conversando.

> E, em outros estados, há intenção de investir?
Sim. Bahia, Rio de Janeiro, Goiás e Fortaleza são locais de possíveis investimentos.

> Quando o senhor morou em Vitória?
Minha irmã, Mirinha (a colunista Míriam Leitão) estava só porque seu marido havia sido preso na época do Regime Militar. Então, eu e minha mulher fomos morar com ela e as crianças em Vitória. Eu me envolvi com todo movimento social e político da época e, a partir disto, fui às favelas de Belo Horizonte alfabetizar adultos. Nessa época não havia tráfico, a gente tinha
medo era da polícia mesmo. Fazia isso por convicção, paixão, mesmo porque praticamente pagava para trabalhar. No período da ditadura, eu confeccionava sapatos para vendê-los.

> O senhor acha que hoje os jovens tem essa mesma força?
Não.Hoje tem-se uma marca de individualismo, e a educação tem que quebrar isto. Não há mais aquela paixão, aquele questionamento e a luta social.

> Quais as falhas que o senhor aponta hoje na educação?
A educação no Brasil está muito aquém, e o que a gente vê hoje é que o País cresceu, mas não investiu na educação. Com isso, tem-se quase um apagão de mão de obra qualificada.
Hoje, estamos montando uma rede forte de engenharias, pois estamosimportando engenheiros. A falta de planejamento e investimento hoje está mostrando que não há recurso humano preparado. A educação é o único caminho.


Leitão: "Centro Politécnico das Engenharias é previsto para 2012,
 com capacidade para 600 alunos"



FICHA:
Cláudio Cezar Azevedo Leitão
> TEM 59 anos
> NATURAL de Caratinga (MG)
> TEM QUATRO FILHOS, que trabalham na Rede Doctum, além de três netos
> FORMADO em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde tambémse especializou em Administração de Empresas e Organizações
> AMA MÚSICA e toca violão. Chico Buarque, Caetano Veloso e Lenine estão entre os cantores favoritos
> UM LIVRO: “Grande Sertão Veredas, de Graciliano Ramos, pois representa a realidade do Brasil”
> UMA FRASE: “Sonhos: acredite neles, sempre”


Acesse o site da Doctum:  wwww.doctum.com.br

matéria transcrita -  ATRIBUNA- 29\05\2011

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