Yaravirus, como foi batizado, é considerado raríssimo pelos pesquisadores que o encontraram
Um vírus desconhecido e diferente de todos os já encontrados foi descoberto na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Considerado misterioso, o Yaravirus foi nomeado em homenagem à figura folclórica Iara, a mãe das águas.
O professor Jônatas Abrahão, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um dos responsáveis pela pesquisa, que envolveu também pesquisadores da Aix-Marseille Université, em Marselha, na França. Segundo o virologista, o vírus infecta amebas e não é prejudicial a seres humanos.
O microorganismo foi encontrado em uma amostra de água retirada da lagoa em 2017 e os resultados do estudo foram divulgados no "bioRxiv", um portal de ciências biológicas de acesso aberto.
De acordo com o biólogo, o genoma do vírus foi sequenciado na tentativa de entender o organismo, e foi aí que perceberam que nada igual havia sido descrito antes. “Durante o estudo, pedi ajuda a um colega, Frederik Schulz, especialista em achar sequências genéticas em bancos de dado. Ele também não encontrou nada parecido em lugar algum”, disse Abrahão.
Imagem microscópica mostra Yaravirus infectando uma ameba — Foto: Jônatas Abrahão e Bernard La Scola/Centro de Microscopia da UFMG e Aix Marseille UniversitéDescobertas
O Yaravirus é considerado um organismo pequeno, com tamanho entre 50 e 80 nanômetros, o que é equivalente a um milionésimo de um milímetro. Em 2018, o Tupanvirus também foi descoberto por Jônatas. Considerado o maior vírus do mundo, ele é cerca de 50 vezes maior que o Yaravirus.
O professor é responsável por um grupo de pesquisas na UFMG que trabalha com entidades biológicas consideradas bizarras. Segundo ele, esses estudos ajudam a compreender a origem da vida e os caminhos da evolução na Terra.
Foto do tupanvirus, descoberta da UFMG em 2018 — Foto: J. Abrahão et al./Nat. Commun
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