Segundo moradores dos bairros afetados, a preocupação é não saber se a poeira pode trazer algum problema de saúde.
A água da enchente do Rio Doce em Governador Valadares, deixou consequências aos moradores de bairros atingidos. As ruas e casas foram tomadas de lama que, agora, virou poeira. De acordo com o médico cardiologista, Arnoldo de Souza, a poeira traz riscos para a saúde, principalmente quando ela entra no corpo por inalação e ingestão, o que pode provocar doenças a médio e longo prazo.
“O chumbo desloca o cálcio no interior dos ossos, agravando uma situação de osteoporose, e o alumínio afeta o cérebro. As pessoas estão tendo alergias e passando mal por causa da inalação da poeira. Nós temos uma série de doenças que podem afetar a população", disse.
Os moradores cobram da prefeitura mais agilidade na limpeza das ruas. Roberto Chaves, frentista, que é morador do bairro São Pedro, conta que teve a rua inundada pela água e pela lama, e está preocupado com as consequências que a poeira pode provocar.
“Tenho criança em casa e minha mulher está grávida também. A gente lava a casa, pouco tempo depois, a poeira volta de novo”, reclamou.
Na Ilha dos Araújos, para amenizar um pouco a poeira, os moradores colocaram obstáculos no meio da rua, mas os motoristas não prestam muita atenção. Em alguns pontos do bairro, a população ainda convive com o barro. O aposentado Carlos Alberto, cobra do Executivo a limpeza dos bairros mais atingidos pela enchente.
“Tem uma semana que veio a água, e já está passando da hora. Tem determinadas ruas como por exemplos a rua 38 onde o meu filho mora, não tem como o morador entrar na garagem”, disse.
A prefeitura de Governador Valadares informou que a limpeza está sendo feita simultaneamente nos 14 bairros ribeirinhos, atingidos pela enchente. Neste primeiro momento, estão sendo executados serviços de remoção da lama. Depois, vai ser feita a lavagem das ruas.
Equipes jornalisticas entraram em contato com a fundação Renova, entidade responsável pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que afirmou, de acordo com o Relatório de Consolidação de Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH), não haver metais decorrentes da barragem do Fundão que representem risco toxicológico à saúde humana.
"A Fundação esclarece ainda que não há evidências de que o rompimento da barragem de Fundão tenha causado impactos na elevação dos níveis do leito e das margens e de turbidez, os quais ocorrem por consequência de cheias sazonais naturais", disse a nota.
Por fim, a Fundação informou que "uma equipe de técnicos coletou amostras dos resíduos da enchente em Governador Valadares e encaminhou as mesmas para análise".
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