Metade dos presos das
penitenciárias federais faz visitas virtuais, conforme levantamento do
Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Parceria entre o Depen e a Defensoria
Pública da União (DPU), a iniciativa permite que detidos nas quatro cadeias
federais tenham contato com parentes, cônjuges e amigos, mesmo que a distância,
numa tentativa de manter vínculos afetivos e facilitar a ressocialização.
O projeto também serve
para a realização de audiências judiciais por videoconferência, que já superam
em número as audiências presenciais.
Em 2012, 232 presos de
um total de 446 (52%) realizaram 870 visitas, mobilizando 2.215 familiares. A
maior parte dos contatos ocorre em Campo Grande e Porto Velho. Estão recolhidos
em estabelecimentos federais de segurança máxima presos de alta periculosidade
para a segurança pública. Durante a visita virtual, o preso permanece com
algemas nos tornozelos, acompanhado por um agente penitenciário - que não deve
aparecer nas imagens (mas que se vêem obrigados a assistir tudo que acontece
durante a visita virtual).
"O projeto da
visita virtual humaniza o cumprimento da pena. O deslocamento dos presos
federais para Estados diversos dificulta o contato com a família", avalia
o defensor público-geral federal, Haman Córdova.
Parte dos cerca de 2.245
estrangeiros presos no Estado de São Paulo pode começar a receber visitas
virtuais dos parentes. A Secretaria da Administração Penitenciária está desenvolvendo
estudos para que esses presos, a maioria recolhida na Penitenciária de Itaí, no
interior do Estado, possa utilizar o Skype para se comunicar com os familiares
que residem em diversos países.
Segundo a secretaria, em
um primeiro momento, os presos espanhóis devem experimentar o método, tendo em
vista entendimentos que avançaram com o Consulado Espanhol em São Paulo.
Atualmente, existem 106 espanhóis presos em São Paulo, conforme dados de junho.
Nas demais 155 unidades
do sistema paulista, as visitas virtuais não foram implementadas. Segundo a
assessoria da secretaria, o motivo é que em todos os fins de semana ocorrem
visitas presenciais. As virtuais dos presídios federais se justificariam pela
longa distância entre as unidades e o local de residência das famílias dos
presos.
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