segunda-feira, 11 de junho de 2012

CONTAGEM: Alunos carentes contam com ensino alternativo


Pré-vestibulares comunitários proporcionam mais opções para aqueles que querem entrar na faculdade, mas que não têm condições de se preparem para as provas

Atualmente, um dos principais problemas enfrentados pelo país está relacionado à educação. E, para agravar esse cenário, a desigualdade social entre as classes impossibilita que o saber chegue a todos, da mesma maneira. Na tentativa de minimizar a exclusão de jovens, ou mesmo de adultos, que desejam ingressar em uma faculdade, mas que não têm condições financeiras, pequenos grupos, ONGs ou instituições investem nos chamados pré-vestibulares comunitários.
Em Contagem, os estudantes de baixa renda podem contar com o serviço, que é oferecido em diferentes regiões da cidade. Desde 2007, no bairro Guanabara, na sede do Núcleo de Incentivo à Cultura (NIC), funciona um cursinho no parâmetro comunitário. Atualmente, o pré-vestibular do NIC atende cerca a de 80 alunos e conta com um quadro de dez professores voluntários. "Nosso objetivo é democratizar o acesso do aluno carente à faculdade. Infelizmente, hoje em dia, o saber é restrito a cursinhos e escolas particulares. Por isso, destacamos a importância dos pré-vestibulares comunitários, que são os responsáveis por levar o conhecimento estudantil à periferia", ressalta Dalila Reis, coordenadora do NIC.
A ex-aluna do NIC Nathália Getalis (21), estudou a vida inteira em escolas da rede pública e sempre teve o sonho de ingressar em uma universidade. Durante três meses, ela frequentou o cursinho do NIC e, em seguida, prestou vestibular para biomedicina, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e para pedagogia na UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), onde passou e segue fazendo o curso. Atualmente, além de universitária, Nathália também é professora de história no NIC. "Foi muito importante o período em que estudei no NIC, e, como uma forma de gratidão, eu tento colaborar com outros estudantes que estão passando pela mesma situação que eu passei um dia", conta.
Amarildo Corrêa, (33), decidiu retomar os estudos e vai disputar uma vaga no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além de estudar em casa, ele já se inscreveu em um cursinho alternativo da cidade. "Parei de estudar há muitos anos, mas nunca desisti do sonho de ter um diploma no curso de administração. Com o pré-vestibular comunitário, vou poder recordar as matérias e me preparar melhor", diz.


Bom exemplo
A iniciativa, na maioria das vezes, é desenvolvida por entidades sem fins lucrativos ou religiosas, que lutam contra grandes desafios na tentativa de aumentar a diversidade socioeconômica no ensino superior do país. A estrutura dos cursos conta, na maioria dos casos, apenas com a boa vontade de professores voluntários e com a dedicação de alunos de diferentes faixas etárias, que enxergam no curso gratuito uma chance única de conseguirem um diploma acadêmico.


Números
Nas duas maiores universidades de Minas, os alunos de baixa renda representam apenas 5% do total de estudantes matriculados. Na UFMG, 2.653 alunos com grandes dificuldades de se manter nos estudos procuraram a instituição. O total representa 5,2% dos 50.948 universitários. Já na PUC-Minas, outros 2.600, cerca de 4,3% dos 60 mil alunos dos campi, são considerados carentes.

Inscrições abertas para novas turmas
Os pré-vestibulares comunitários de Contagem estão disponíveis em diversas regiões e, em sua maioria, com inscrições abertas. No Petrolândia, funcionava uma unidade, porém, de acordo com a antiga proprietária, por falta de apoio e incentivo, o cursinho parou de funcionar. 
Na região da Sede, tem o Projeto Pré-vestibular Comunitário (PVC), que é realizado em parceria com o Centro Marista de Educação e Cidadania (Cemec) e tem o apoio do vereador Alex Chiodi. O projeto teve início em agosto do ano passado e conta com a participação efetiva de toda a comunidade. Para mais informações, entre em contato pelo número: (31) 3398-3649.
Na paróquia do bairro Inconfidentes, funciona, durante a noite, uma unidade no Grupo de Assessoria Pastoral e Social (Gaps), que atende a jovens e adultos. Para mais informações, entre em contato pelo: (31) 3362-7606 ou (31) 9972-6410.

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