terça-feira, 17 de maio de 2011

BALA PERDIDA...



Bairros com mais risco de se um levar tiro na região metropolitana da Grande Vitória, ES

Levantamento das polícias Civil e Militar do ES aponta quais os bairros onde moradores têm mais chance de ser alvo de balas perdidas
(Matéria de Isaac Ribeiro)
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Vítima de uma bala perdida que atingiu as suas costas nodia 1º de maio deste ano, aestudante Naiara Becalli, 8 anos,ficou oito dias internada e levou 59 pontos na barriga após passar por três horas de cirurgia.
Naiara mora em Bela Vista, na Serra, ES, um dos 20 bairros onde é maior o risco de ser atingido por bala perdida na região metropolitana da Grande Vitória, de acordo com levantamento feito com as polícias Civil e Militar.
“Até a violência bater à nossa porta, víamos o bairro como tranquilo. Minha filha ganhou outra chance de viver. Agora, meu filho de 11 anos quer se mudar daqui”, disse a mãe de Naiara, a doméstica Vanda Cirilo Becalli, 29.
O filho dela foi quem salvou Naiara da morte. Ao ver a irmã baleada na rua, ele correu e a levou para um lugar seguro.
Em Vitória, os bairros onde há mais chance de ser ferido a tiro são: Fonte Grande, Piedade, Bairro da Penha São Pedro e Resistência.
Na Serra: Planalto Serrano, Jacaraípe, Central Carapina, Bela Vistae Novo Horizonte.
Em Vila Velha: Ilha da Conceição, Terra Vermelha, Ulisses Guimarães,Santa Rita e Alecrim.
Já em Cariacica são: Nova Rosa da Penha, Rio Marinho, Castelo Branco, Aparecida e Nova Canaã.
O chefe do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM), coronel Ronalt Willian de Oliveira, explicou que nesses bairros é mais intensa a guerra entre traficantes que disputam território para comercializar drogas.
“Diferente do Rio de Janeiro, onde um ou dois traficantes comandam uma comunidade com mais de 300 mil moradores, aqui no Estado vários bandidos disputam um espaço pequeno. Isso gera mais conflitos, guerra”, disse.
Dos bairros apontados, três são contemplados com o projeto Território da Paz, um programa do governo federal em que a Polícia Militar é mais presente em regiões com alto índices de violência. São eles: São Pedro, Terra Vermelha e Nova Rosa da Penha.
“A polícia trabalha com a redução de oportunidade do crime. Nós não somos onipresentes. Os tiroteios ocorrem na maioria das vezes em disputas ou acerto de contas. Quando o rival tiver a oportunidade de eliminar o outro e a polícia não estiver por perto, ele vai fazer isso”, disse o coronel.
A Secretaria de Estado da Segurança (Sesp) não informou o número de tiroteios registrados nesses 20 bairros este ano, alegando que isso pode atrapalhar a polícia.
VANDA ao lado da filha Naiara,que levou 59 pontos na barriga após ser ferida por 
bala perdida no bairro Bela Vista
Tiroteios ocorrem mais à noite e aos sábados
comerciante baleada por bala perdia em Vila Velha

Sábado é o dia em que mais ocorreram tiroteios na Grande Vitória neste ano, segundo um levantamento feito nas reportagens publicadas em A Tribuna de janeiro até a última sexta-feira. Os registros apontam ainda que, depois do sábado, o domingo e a sexta-feira são os dias em que os bandidos mais atiram nas ruas. O horário de maior incidência vai das 18 às 3 horas.

Abril foi o mês com maior número de casos. No dia 16 de abril, um sábado, Mateus Vidal Arruda, 8 anos,morreu ao ser atingido por uma bala perdida na testa em Inhanguetá, na Grande Santo Antônio, Vitória, quando saiu de casa para comprar bolo na praça junto com o irmão de 12 anos. O crime aconteceu às 22h20, depois que bandidos em bicicletas chegaram atirando em um grupo de jovens que estava na praça. Houve troca de tiros e Mateus foi atingido.
O chefe do Comando de Policiamento Ostensivo Metropolitano (CPOM), coronel Ronalt Willian de Oliveira, disse que a única maneira de evitar que moradores sejam atingidos por bala perdida é tirar a arma da mão do bandido.
“Nosso objetivo é identificar esses criminosos e retirar essas armas das ruas”, declarou.

Balas perdidas ferem 39
Dos tiroteios registrados este ano na Grande Vitória, 42 pessoas foram baleadas e, dessas, 39 foram alvo de balas perdidas. As outras três vítimas, segundo relatos de familiares e da polícia, foram alvo dos atiradores ao serem confundidas com rivais.
Os dados foram conseguidos após análise das reportagens publicadas em A Tribuna de janeiro até a última sexta-feira. Desse total de vítimas, são 26 homens e 16
mulheres. No entanto, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou,
por meio da assessoria de imprensa, que do início do ano até o dia 9 de maio foram 23 pessoas feridas por balas perdidas.
Os crimes, segundo a Sesp, ocorreram na Grande Vitória, de acordo com dados do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes-190), e em Cachoeiro de Itapemirim, na região Sul do Estado.
A Sesp informou ainda que, para tentar reverter esses números, trabalha em um projeto chamado “Inteligência Social”, tem como meta obter informações sobre ações nas regiõesmais críticas para inibir as ações criminosas,
Além disso, a Polícia Civil trabalha para identificar os criminosos
mais perigosos que estão nas ruas principalmente a serviço do tráfico de drogas, e de agilizar — junto à Justiça — a expedição dos mandados de prisão.
Em março, um tiroteio entre gangues rivais dos bairros Santa Rita e Primeiro de Maio, em Vila Velha, feriu com uma bala perdida uma comerciante de 28 anos.

Zonas de perigo
Os 20 bairros da Grande Vitória\ES onde há mais disparos nas ruas

VEJA OS BAIRROS DA GRANDE VITÓRIA COM MAIOR INDICE DE VÍTIMAS DE BALAS PERDIDAS.

ESTATÍSTICAS

·         42 PESSOAS INOCENTES FORAMA TINGIDAS SOMENTE ESSE ANO NA GRANDE VITÓRIA.
·         26 SÃO HOMENS E 16 SÃO MULHERES.
·         SÁBADO É O DIA DE MAIOR INCIDÊNCIA DESSES TIROTEIROS.



CLÁUDIO segura a foto do filho Robert, 
morto por bala perdida na Serra

“Nós vivemos todo dia com medo”

Com a voz embargada, o padeiro Cláudio Amaral Costa, 33 anos, relata que está sendo difícil viver sem o filho Robert Bryan Ramos Costa, 10 anos, que morreu ao ser atingido por uma bala perdida em Jardim Limoeiro, na Serra, em fevereiro.
O estudante foi ferido a poucos metros de casa, ao voltar da igreja com seu pai e duas irmãs, de 3 e 6 anos. Após a tragédia, Cláudio e a família mudaram de endereço.
Apesar de Jardim Limoeiro não estar na lista dos 20 bairros com mais risco de tiroteio, a região é conhecida por ter frequentes confrontos entre bandidos.
Segundo a Polícia Civil, o tiroteio que matou Robert foi promovido por criminosos de Novo Horizonte e seis acusados foram presos.
ENTREVISTADOR — Você viu seu filho ser atingido?
CLÁUDIO AMARAL COSTA — Sim. Voltávamos da igreja, quando apareceram pessoas armadas na nossa direção. A primeira coisa que pensei foi proteger meus filhos, mas só as meninas estavam perto. Robert estava um pouco mais à frente da gente e foi atingido logo nos primeiros disparos.
ENTREVISTADOR — O que você fez?
CLÁUDIO AMARAL COSTA — Fiquei desesperado. Mais que depressa, leve Robert a um hospital, mas ele morreu no meu colo.
ENTREVISTADOR —  Ele foi assassinado há dois meses. O que está diferente na sua vida e da sua família?
CLÁUDIO AMARAL COSTA — Nós vivemos todo dia com medo e temos lutado para nos acostumar a viver com a dor da perda. Estamos aprendendo a superar a partida dele aos poucos. É difícil! A gente não esquece o Robert em momento algum, dia nenhum.
De vez em quando eu me pego chorando de saudade dele, vontade de tê-lo por perto de novo. Sinto como se tivesse perdido meu braço direito. Nunca vamos apagá-lo da memória. Fica o trauma. Uma força que nos mantém em pé é a fé em Deus. Após a tragédia, nós até mudamos de endereço.
ENTREVISTADOR — Você saíram do bairro?
CLÁUDIO AMARAL COSTA — Sim. Nos mudamos do bairro. A casa antiga carrega muitas lembranças do meu menino e o perigo que continua ali. Sabemos que corremos o risco em todo o lugar, mas não sabemos se aquelas pessoas (bandidos) vão voltar.
ENTREVISTADOR —  Que tipo de lembranças ficaram do Robert?
CLÁUDIO AMARAL COSTA — De um filho calmo, tranquilo, educado e estudioso. Ele estava aprendendo a tocar bateria na igreja, gostava de jogar bola na rua e, como muitos garotos, sonhava em ser jogador de futebol.


Moradores têm medo de sair de casa após as 19 horas


Portões trancados com cadeados e correntes, além de cachorros no quintal. Essas são algumas das medidas tomadas por moradores dos 20 bairros da Grande Vitória onde há mais risco de ser atingido por bala perdida.
Muitos moradores da rua Irineu Fraga Rodrigues, no bairro Ilha da Conceição, em Vila Velha, e do morro da Fonte Grande, em Vitória, afirmam ter medo de sair de casa após as 19 horas.
Na Fonte Grande, de dentro do quintal e com o portão trancado, enquanto alimentava o cachorro, uma adolescente de 17 anos contou que seus pais a impediram de sair à noite por causa da violência.
“Só saio de casa para a escola. Nesta semana, até discuti com minha mãe porque ela não quis me deixar ir a um aniversário à noite”, relatou a adolescente.
Uma doméstica de 32 anos, que mora na Ilha da Conceição, relatou que pede ao marido para buscá- la no ponto de ônibus quando volta do trabalho, às 18h50. O local
fica a 800 metros da casa dela. “É nesse horário que os tiroteios costumam acontecer. Minha vizinha foi ferida no pé por bala perdida ao voltar da escola à noite.Meu marido me dá segurança”, contou.

PISTOLA 380: o modelo é um dos mais encomendados por criminosos

Armas trazidas do Paraguai e do Rio
As armas usadas pelos criminosos da Grande Vitória em confrontos pela disputa de pontos de comércio de drogas são compradas no Paraguai e no Rio de Janeiro.
A informação do titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), delegado Ailton Schaeffer, que destaca que as mais encomendadas pelos bandidos são as pistolas calibres 380 e 9 milímetros.
O delegado disse não saber o preço que os criminosos pagam. De janeiro a março, 11 armas foram apreendidas apenas pela Deten. De acordo com a Polícia Civil, o bandido do Espírito Santo faz contato com o intermediário, que geralmente está no Rio ou em São
Paulo, e encomenda as armas.
Acionado, o traficante de armas paraguaio envia os produtos para estados que fazem fronteira com o país dele, como Mato Grosso do Sul. O transporte ao Espírito Santo é feito por meio de carros, ônibus e até avião.
“A Polícia Federal é quem investiga tráfico de armas,mas durante as operações da Deten também apreendemos muitas armas. No entanto, nosso foco é a apreensão de drogas e de traficantes”, disse.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Federal informou que o delegado responsável pela Delegacia de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas está em uma operação policial e somente poderá falar sobre o assunto na próxima sexta-feira.


DIAGNÓSTICO DE UM PSICÓLOGO SOBRE ESSE ASSUNTO:
Adriano Pereira Jardim,
psicólogo e doutor em psicologia do
desenvolvimento e da personalidadade
“Estresse, pânico e ansiedade” 
“Pessoas que vivem em regiões onde existem tiroteios freqüente acabam produzindo uma fobia social. Além disso, podem produzir estresse pós-traumático, como crises de pânico e ansiedade, que deixa o morador com medo de sair à rua.
Pensando que corre risco a todo momento, ele só pensa em ficar em casa. No entanto, outras pessoas desenvolvem depressão ou ansiedade. Elas se sentem desanimadas e reduzem o contato social.
Quando vivenciamos situações de perigo, nosso organismo tem reações de luta e fuga. Nossa espécie se programa para ter uma série de reações que visam nos preparar para enfrentar esses problemas. Se isso for continuado, podemos adoecer.
Nosso sistema imunológico pode baixar. Assim, qualquer doença pode ser perigosa. Para que isso seja resolvido, é preciso que as pessoas realmente tenham segurança.
Em um segundo momento, as vítimas precisam ser submetidas a um tratamento psicoterápico que as ajude a perceber que o ambiente onde moram não é tão hostil como parece.
Se essa violência acontecer na fase da infância, as crianças podem se transformar em uma geração de adultos inseguros”.

Matéria publica no jornal ATRIBUNA, VITÓRIA, ES, 16 DE MAIO DE 2011, SEGUNDA-FEIRA.

MEU  COMENTARIO SOBRE O FATO:

MILTON RABAYOLI
A matéria acima descrita revela uma situação calamitosa em que vivemos, não apenas na região metropolitana da Grande Vitória, mas em todas cidades e regiões aqui no Brasil. Eu diria que é um problema do tamanho de nossa população, pois todos estamos sujeitos a passar por isso.
Nenhum de nós,ao sair de casa, pode estar cem por cento certo de que vai voltar, de que não vai ser mais uma infeliz vitima de uma bala perdida. Claro que não desejamos virar dados nessa estatística, mas o perigo é real e está perto de cada um de nós.
Existem os que podem dar um jeito para diminuir o perigo. Por exemplo, quem tem uma boa conta bancária, Poe vidro a prova de bala em seu carro. Mas nem todos podem fazer isso, aliás, nem todos tem carro, e por isso não tem muito o que fazer.
A questão que fica: de quem [é a responsabilidade?
Seria das forças policiais que não intensificam as investidas contra os criminosos?
Seria dos políticos que não dão melhores condições para  a policia fazer seu serviço?
Seria da população que ajuda pouco pelo disk denuncia (181), denunciando criminosos?
De quem é a culpa?
Vou ter dizer de quem é a culpa...
É de todos nós...
Da população, que poderá ajudar mais se denunciar mais... hoje se faz uma denuncia d equqleur telefone, sem a necessidade de se identificar, mas parece que a população sofre pelo medo, esta refém de ameaças e terror que esses marginais impoe.
A culpa é das policias, pois elas todas tem como saber de informações e podem prever muita coisa, e se elas descruzassem mais os braços e reprimissem mais a ação de criminosos diminuiria consideravelmente. O exemplo disso vemos no  Rio de Janeiro, onde as forças policiais tem feito verdadeira limpeza em favelas dominadas pelo crime.
A culpa é da politicagem que não se volta para essas questões importantes de necessidades da sociedade, e por conseqüência falta para a população mais segurança e para as forças policiais, mais condições de fazer seus serviços. Como poderia as policias fazerem seu trabalho sem estrutura para isso?
Os criminosos estão bem assessorados. Com recursos angariados pela pratica criminosa, principalmente o trafico de drogas, eles obtém suporte para fazerem o seu “serviço sujo”,
A sua força bélica, seu armamento, é de qualidade, dificilmente se vê esses criminosos como armas de fraco impacto como um calibre 22, por exemplo. Suas armas são armas de enorme poder de fogo, fazendo ate mesmo os policias e sentirem envergonhados, pois em muitos casos suas armas são bem inferiores   comparadas aas armas dos bandidos, que estão portando armas até mesmo de uso restrito do exército. (eu me pergunto se é mesmo no Paraguai que eles encontram  essas armas).
As autoridades políticas se esquecem de dar maior suporte aos que velam pela segurança. Daí, eles acabam tendo sua parcela de culpa, e não é pequena.
Mas, pasmem com o que vou afirmar agora... a maior parcela de culpa é nossa, o eleitorado, pois nós não tomamos vergonha na cara, e acabamos reelegendo esses mesmos políticos, que nada fazem, só prometem. Ou seja, a gente vai lá na urna e vota no elemento, e ele  acaba eleito. Fica lá quatro anos aumentando o próprio salário, e fazendo besteiras e deixa a população desprotegida, pois o político não volta a sua atenção para as verdadeiras e maiores necessidades da população que elegeu ele par ao cargo.
Quando é que vamos aprender a eleger pessoas honestas que fazem realmente coisas boas para a população?
Ao que aprece, a população se viciou sem ser feito de otária, pois se tem político ladrão é porque nós colocamos os ladrões lá. Se tem político que anda faz pelo povo, é porque nós, o povo, elegemos esses inúteis par ao cargo e vamos reeleger quantas vezes mais pudermos.
Nós apreciamos viver assim. Nos gostamos de ser feito de otários.
É isso que acontece,,, a culpa maior é nossa, o eleitorado!
Como dizia minha saudosa mãe: “Enquanto existir cavalo, São Jorge não  andará a pé....”





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